“Retrato de um rapaz flamejante”
A reacção do António Guerreiro deve ter sido esta quando leu o livro do Pitta. Alguns excertos:
Ele veio para introduzir as delícias da frivolidade, do artifício e do hedonismo, reinterpretados neste livro à maneira do parvenu.
Como é que ele segue os preceitos da distinção? Exibindo os seus hábitos como reivindicação de uma pose requintada, muito particularmente na descrição e nomeação dos hotéis e dos restaurantes que frequenta (há páginas e páginas que, autonomizadas, dariam para fazer um guia), sempre referidos com a familiaridade do habitué;
(…) acaba por ter um lado involuntariamente cómico, quando não desliza para o mau gosto. Veja-se, por exemplo, como relata o momento em que soube da morte de Fernando Assis Pacheco: “No dia em que morreu, eu estava em Madrid. Soube da notícia ao jantar, no Lhardy. Joana Serpa Pinto chegou à Calle de San Jeronimo atrasada como de costume. Tinha estado ao telefone com a mãe. Soube então que ele morrera, a ‘entrar ou a sair’ da Buchholz. Metade da perdiz ficou no prato.” Como diria Barthes, se esta frase fosse uma fotografia: o punctum está obviamente na perdiz e não no Assis Pacheco..
[artigo completo aqui] Entretanto já foi publicado no site do Ípsilon.
[imagem: “O escritor fantasma” (2010), Roman Polanski]
🙂
GostarGostar
Tunga! 🙂
GostarGostar
Quando li, na passada sexta-feira, pensei: brutal. Folheando o livro, pensei: justíssimo. As últimas linhas do texto de António Guerreiro são particularmente adequadas (e mortíferas): «O que o livro acaba por ter de mais profundo é a sua pele, isto é, a sensibilidade “camp” de um “parvenu” que fala do Meio como se fosse um etólogo, mas se revela afinal como o exemplar que mais se oferece a uma etologia da vida literária.»
GostarGostar
O texto arrasa mesmo. “My name is Guerreiro. António Guerreiro” 🙂
GostarGostar
Perdiz à Casa Branca; consultai a ementa da pastelaria;)
GostarGostar
Vou dar uma saltada.
GostarGostar
🙂
GostarGostar
O Rapaz a Arder é uma mierda sem nome. Não difere nada de uma TV Guia ou coisa parecida. E por isso até pode ser divertido.
GostarGostar
“divertido”? está a brincar, certo? 🙂
GostarGostar