Todas as palavras
«Todas as palavras
as que procurei em vão,
principalmente as que estiveram muito perto,
como uma respiração, e não reconheci,
ou desistiram e partiram para sempre,
deixando no poema uma espécie de mágoa
como uma marca de água impresente;
as que (lembras-te?) não fui capaz de dizer-te
nem foram capazes de dizer-me;
as que calei por serem muito cedo,
as que calei por serem muito tarde,
e agora, sem tempo, me ardem;
as que troquei por outras (como poderei
esquecê-las desprendendo-se longamente de mim?);
as que perdi, verbos e substantivos de que
por um momento foi feito o mundo.
E também aquelas que ficaram,
por cansaço, por inércia, por acaso,
e com quem agora, como velhos amantes sem
desejo, desfio memórias,
as minhas últimas palavras.»
Poema de Manuel António Pina lido pelo próprio no final deste documentário.
E mais umas achegas:
“Quando era pequeno queria ser aquilo que quase todas as crianças queriam: detective, santo… e também queria ser salazar. Pensava que salazar era uma profissão. [sorriso maroto]”
”A poesia não serve para coisa nenhuma. Às vezes serve para alimentar egos, para engates, mas a poesia é inútil. Pelo menos como eu a entendo. É gratuita. Não se compra, não se vende. Embora haja muita gente a vender-se através da poesia“
Mas há tempos questionado sobre os grandes políticos, ou estadistas portugueses, não tenho presente o termo exacto, o MAP respondeu “SALAZAR, Cunhal, Sá Carneiro e Salgado Zenha”…
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Parece-me que, ao responder dessa forma, o MAP usou a resposta “chapa 5”.
Ou, então, estaria a referir-se ao utensílio de cozinha 😉
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