O Domingo à tarde de Zerlina
“A criada Zerlina” de Hermann Broch foi uma agradável surpresa. Pequeno grande livro. Conto ou novela não interessa, é um relato na primeira pessoa que me lembrou, pelo que deixa em discussão, “Bartleby” ou “Carta de uma Desconhecida“. Reduzir este livro a um triângulo amoroso é pouco. Zerlina relata sexo com o amante da patroa, com os outros empregados, com namorados (estes cada vez mais novos), na cama, no chão, em pé, com e sem roupa, rapidinhas ou mais prolongadas, ou seja, grande rebaldaria. Culpa, vingança, redenção, expiação. Do erótico ao ético. Cabe tudo neste livrinho, salvo seja, que é grande como o mundo.
Parece que Hannah Arendt disse que era talvez a mais bela história de amor da literatura alemã. Exagero, claro. Mas inesquecível, lá isso é.