Pão e liberdade
No documentário “Shoah” um dos sobreviventes conta o que pensava para conseguir aguentar o terror diário do campo de concentração. Tinha entrado muito novo nesse campo, julgo que doze ou treze anos, por isso, é impossível imaginar a vida de uma criança nos horrores do inferno. Não vou reproduzir aqui esse horror. Interessa-me, isso sim, sublinhar o que lhe dava forças para sobreviver àquelas condições. Conta ele que só pensava numa coisa. Quando sair daqui vou comer cinco pães seguidos. Era isto. Parece pouco, não parece? Imagine-se o horror e, se calhar, já percebe. E continuava ele: Vou ser a única pessoa viva neste mundo. Vou estar sozinho e caminhar por esse mundo fora. Tudo só para mim.
Dizem que hoje, e só hoje, é dia mundial da criança. Por isso, lembrei-me desta passagem.
Também é isto, sim, Marco, memória(s) de outra ordem, cada vez mais próximas, ou uma história como a da espada de Dâmocles.
GostarGostar
Vá lá que consegui resistir à tentação de terminar o post com:
e depois temos duas bestas, o coelho e a jonet, a dizer que temos de empobrecer.
GostarGostar