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Herberto Helder

Junho 13, 2014

Herberto e os cálculos editoriais

Herberto Helder é um poeta voluntariamente retirado dos palcos onde a “vida literária” se exibe e se representa. Não é uma regra monástica, é uma atitude que manifesta certamente algo que é de uma ordem pessoal, privada. Mas é ao mesmo tempo uma regra de defesa da autonomia da obra, condição para que esta seja lida sem a interferência de quaisquer ruídos de fundo. Uma sociologia literária empírica e imediata dá-lhe toda a razão: no acesso e até na legitimação da obra literária acumularam-se as intereferências dos factores externos, extra-literários. Porém, o impoluto poeta Herberto Helder foi, desde há algum tempo, atraiçoado por uma lógica editorial que apela ao valor e ao fetichismo da mercadoria. (…) António Guerreiro no Ípsilon. Continuar a ler aqui.

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Numa metáfora cinéfila, digamos que entre os dois protagonistas – o poeta e a editora – parece faltar uma certa química. Uma frase de Fénelon que a Porto Editora ostenta, como se fora um lema, na parede de um espaço de recepção do seu edifício, e que chamou a atenção de Rosa Martelo – “A leitura deve ser para o espírito, como o alimento para o corpo, moderada, saudável, e digerível” – simboliza bem a previsível disfuncionalidade deste enlace. É que se a leitura “também pode ser isto”, como Martelo reconhece, é difícil pensar-se num poeta mais imoderado e indigesto do que Herberto Helder. – Ípsilon (texto completo aqui)

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